O mercado da soja foi intensificando suas baixas na sessão desta quinta-feira (22) e encerrou o dia com perdas de 11 a 13,25 pontos nos principais contratos negociados na Bolsa de Chicago. O janeiro, dessa forma, fechou o pregão sendo cotado a US$ 14,67 e o maio a US$ 14,76 por bushel.

“Os players estão dividindo suas atenções entre as previsões climáticas para a
América do Sul, o avanço da Covid na China, as guerras entre a Ucrânia e Rússia e
também dados econômicos dos EUA. O movimento dos mercados agrícolas em CBOT segue baixo devido a proximidade do Natal e Ano Novo”, explicou o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.

A semana tem sido de volatilidade, as adversidades climáticas na Argentina vêm ganhando muito espaço entre as discussões, uma vez que os mapas climáticos atualizados seguem mostrando dias ainda de tempo quente e muito seco no país, com a nova safra muito ameaçada.

Os modelos desta quinta, porém, em especial do sistema GFS (americano), sinalizaram condições um pouco melhores para janeiro e fevereiro, o que ajudou na correção observada nesta quinta na CBOT.

“O GFS está mostrando clima mais úmido para janeiro e fevereiro para a Argentina, tirando a sustentação do farelo de soja. Os fundos estão muito comprados no farelo, o que aumenta a pressão de venda em caso de melhora de clima”, explica o time da Agrinvest Commodities.

Os futuros do derivado, nesta quinta-feira, fechou com baixas de mais de 1% entre as posições mais negociadas, levando o janeiro a fechar o dia com US$ 447,70 por tonelada curta. No óleo, as perdas também passaram de 1% entre os contratos mais negociados. As perdas no óleo foram semelhantes.

Além disso, ainda nesta quinta-feira, o mercado sentiu também as vendas semanais de soja para exportação dos EUA aquém das expectativas, de acordo com o reporte do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

O país comprometeu, na semana encerrada em 15 de dezembro, 736 mil toneladas, abaixo do intervalo esperado de de 800 mil a 1,25 milhão de toneladas.

A China, mais uma vez, foi o principal destino da oleaginosa norte-americana. Com esse volume, em toda temporada, as vendas chegam a 42,473,1 milhões de toneladas, 4% mais do que há um ano. O USDA estima que os EUA exportem, na temporada 2022/23 55,66 milhões de toneladas de soja.

“A China já está bem coberta para o primeiro trimestre”, afirma a Agrinvest. “Os estoques de farelo e óleos vegetais continuam crescendo. O processamento de soja também cresceu, passando de 72% pela 1ª vez em mais de um ano. As vendas de farelo na China estão muito lentas e as margens voltaram a piorar. A China caminha para chegar a 80% de cobertura de sua necessidade de soja para o primeiro trimestre do ano”, complementa a consultoria.

MERCADO BRASILEIRO

No mercado brasileiro, os preços cederam, acompanhando não só as baixas da soja na Bolsa de Chicago, mas também do dólar frente ao real. A moeda americana terminou o dia com baixa de 0,34%, valendo R$ 5,19.

As perdas variaram de 0,35% a 2
98% nas principais praças de comercialização, com a saca sendo cotada a R$ 162,70 em Rondonópolis/MT e R$ 161,20 em Eldorado/MS.

Nos portos, os indicativos também cederam. Em Paranaguá, baixa de 0,27% no disponível, para R$ 185,50 e de 0,22% para R$ 186,59 no janeiro/23. Em Rio Grande, baixas de 0,53% em ambos os casos, com RR$ 187,00 no spot e R$ 188,00 no janeiro.

Fonte: Notícias Agrícolas