As vendas semanais para exportação de grãos dos Estados Unidos vieram dentro do esperado para soja, de acordo com os dados reportados nesta quinta-feira (15) pelo USDA (Departamento de Agricultura dos EUA). Na semana encerrada em 8 de junho, as vendas 2022/23 foram de 478,4 mil toneladas, em linha com o intervalo esperado de 250 mil a 550 mil toneladas. O principal destino foi a Espanha. Em todo ano comercial, as vendas americanas já somam 51,648,9 milhões de toneladas, abaixo do mesmo período do ano passado, quando mais de 60 milhões já estavam comprometidas. O USDA estima que as exportações americanas sejam de 54,43 milhões de toneladas.

Da safra 2023/24, os EUA venderam 48,5 mil toneladas, abaixo das expectativas do mercado de 100 mil a 350 mil toneladas. Da safra nova, as vendas foram na maior parte para o México.

“A China continua comprando somente ‘da mão para a boca’, evitando alongar as compras, cenário bem diferente em relação à temporada passada. Nessa semana, a China não aparece no relatório de vendas novas. As compras em maior volume se dão por parte de países europeus”, explica o time da Agrinvest Commodities sobre a demanda pela soja americana.

A consultoria complementa dizendo, no entanto, que embora os EUA continuem vendendo soja para a Europa, o movimento tem pouco sentido agora. “A soja brasileira posta europa é, pelo menos, US$ 1,70 por bushel mais barata para julho em relação à soja americana. Isso só se explica se a ABCD na Europa estiver reexportando para os EUA o óleo ou biodiesel, produzido a partir da soja americana processada em outra realidade. Essa triangulação pode ser uma constante daqui pra frente”.

MILHO

De milho, as vendas da safra velha foram de 273,3 mil toneladas, também dentro das expectativas do cancelamento de 100 mil às vendas de 550 mil toneladas. O Japão foi o principal destino do cereal norte-americano. No acumulado da temporadas, os EUA já venderam 38,612,1 milhões de toneladas, bem distante dos mais de 59,6 milhões do mesmo período do ano passado. As exportações totais estão estimadas pelo USDA em 43,82 milhões de toneladas.

O USDA informou também que as vendas da safra 2023/24 foram de 21,1 mil toneladas, também dentro do esperado pelo mercado, que apostava em algo entre 0 e 35 mil toneladas. Honduras foi o principal destino.

A demanda pelo milho americano segue fraca e tímida e os analistas e consultores especulam se os EUA conseguirão cumprir seu programa de exportação do cereal.

“Argentina, Brasil e Ucrânia são muito mais baratos em relação ao milho americano, tanto para os embarques curtos, como longos. Nem os tradicionais compradores de milho americano estão comprando. O destaque ficar para o México, Caribe e países sul-americanos localizados na costa do Pacífico. No ano passado, esses países já haviam comprado quatro milhões de toneladas da safra nova americana. Hoje, este volume está pela metade”. explicam os analistas da Agrinvest.

Além disso, os especialistas afirmam que os prêmios nos portos americanos não estão fazendo o trabalho de atrair demanda. “O diferencial em relação às demais origens para o segundo semestre é muito grande”.

DERIVADOS DE SOJA

O boletim desta quinta-feira apontou ainda as vendas de 207,7 mil toneladas de farelo de soja 2022/23, contra expectativas de 150 mil a 300 mil toneladas. O México foi o principal destino. Da safra 2023/24, as vendas foram de 18,2 mil toneladas – enquanto as projeções variavam de 0 a 100 mil – e se destinaram ao Canadá.

Os EUA venderam também 2 mil toneladas de óleo de soja 2022/23, enquanto as expectativas variavam de 0 a 50 mil toneladas, com os mexicanos também sendo os maiores compradores.

Fonte: Notícias Agrícolas